Projeto Pátria Educadora propõe alterações e melhorias para a educação no país

Aline Marinho
Foto: Divulgação - Imagens Públicas - Marcelo Horn - GERJ
Foto: Divulgação – Imagens Públicas – Marcelo Horn – GERJ

 

A SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) lançou no final de abril um documento levantando as diretrizes para a reformulação do ensino no país. O projeto leva o nome de Pátria Educadora: a qualificação do ensino básico como obra de construção nacional. A versão preliminar do documento, disponibilizado pela SAE, propõe as principais reformulações para que o país possa alcançar melhores posições no ranking mundial de educação.

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Situação atual do ensino

Desde o período da ditadura militar, quando o país sofreu graves mudanças na estrutura educacional, as escolas tomaram como base o ensino enciclopedista – ou seja, os alunos recebem informações e decoram os assuntos discutidos nas instituições – sem que haja o desenvolvimento de senso crítico. Além disso, a adoção da progressão continuada e a política de meritocracia pioraram o desenvolvimento dos estudantes, pois parte deles chega ao ensino médio sem saber ler e escrever.

Diretrizes

O projeto pretende eliminar o enciclopedismo e oferecer aos alunos melhor qualidade de ensino, os preparando para a vida, não apenas para o mercado de trabalho. Para que isso aconteça, as propostas iniciais estão concentradas em quatro principais pontos: organização da cooperação federativa, reorganização do currículo escolar, qualificação de diretores e professores e o aproveitamento de novas tecnologias.

Expectativas do projeto

As reformulações apresentadas pretendem acabar com o sistema de decoreba e dar espaço a capacitação analítica, ou seja, interpretação e composição de texto e raciocínio lógico. O projeto visa estudar o modelo australiano, que vem gerando bons resultados. As escolas do país definem competências a serem desenvolvidas pelos alunos, que vão do letramento e habilidades numéricas a pensamento analítico, crítico e criativo. Além disso, oferecem capacitação na área de informação, comunicação, tecnologia e compreensão intercultural.

Os professores e os diretores das instituições também seriam beneficiados com melhores capacitações. “A união deve estabelecer, em parceria com os estados, rede regional de Centro de Formação de Diretores e Centro de Qualificação Avançada para Professores. Tais centros ministrarão cursos intensivos para suplementar a formação nos cursos de pedagogia e licenciatura, desenvolver práticas e protocolos exigidos pelo Currículo Nacional”, diz trecho do documento disponibilizado pela SAE.

Obstáculos

Embora o projeto desenvolvido tenha um ideal positivo, há vários empecilhos que podem intervir em seu desenvolvimento, o principal deles é a crise econômica, que afetou de forma considerável a educação, com corte de aproximadamente R$ 9.423 bilhões. Na visão do ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, o ajuste fiscal e os cortes de gastos divulgados pelo governo não afetam a qualificação do ensino básico: “Há muito nesta proposta que não custa dinheiro ou custa pouco. Nós estamos acostumados a resolver todos os problemas com dinheiro, mas ideias são mais importantes”, disse o ministro durante o Fórum Nacional de Educação.

Além da crise, outro problema é a falta de comunicação entre os ministérios. Ao questionar sobre o projeto, a assessoria de imprensa do MEC (Ministério da Educação) disse que a responsabilidade do Pátria Educadora é da SAE. Ao entrar em contato com a Secretaria de Assuntos Estratégicos, uma das representantes informou que os questionamentos deveriam ser respondidos pelo MEC.

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