A avaliação aplicada para os alunos de graduação poderá ser critério para pós-graduação

 Aline Marinho
Foto: Leandro Moraes - Folhapress
Foto: Leandro Moraes – Folhapress

As possíveis alterações estão sendo avaliadas pelo MEC (Ministério da Educação), mas ainda não possuem data prevista para entrar em vigor.

A principal intenção da pasta é valorizar o exame que, nos dias de hoje, é tratado apenas como obrigação por parte dos alunos do Ensino Superior.

Critério para o ingresso na pós-graduação, certificação de cursos EaD e obrigatoriedade para alunos de todos os cursos estão dentre as possíveis melhorias.

 

Mais rigor na avaliação

Durante a realização do CBESP (IX Congresso Brasileiro de Educação Superior Particular) – que tem como função debater alternativas e estratégias para a expansão da educação superior – ocorrido entre os dias 14 e 16 de abril, em Pernambuco – o secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior do MEC, Marco Antonio de Oliveira, afirmou que a pasta pretende melhorar a participação efetiva no exame. “Hoje, ou os estudantes fazem de forma artificial o exame, ou nem fazem. Queremos tornar a participação obrigatória e que valha para o estudante”, disse o secretário durante o Congresso.

As iniciativas servem, principalmente, para aprimorar a avaliação das instituições do Ensino Superior. Em dezembro de 2015, Aloizio Mercadante, ao anunciar os dados do Enade 2014, já havia citado as melhorias em relação à metodologia das provas para os próximos anos.

Na ocasião, o atual Ministro da Educação informou a nova proposta do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), que está diretamente ligada ao resultado do exame. No lugar da nota, serão conferidos os níveis de proficiência de estudantes por cursos.

Segundo Mercadante, “o nível de proficiência é mais correto e mais justo, pois o estudante vai estar em um patamar independente das outras instituições”.

 

Outras alterações

Além de modificar a metodologia das provas, a intenção do MEC é incluir o Enade como critério para acesso a pós-graduação, o que não acontece atualmente. O resultado do exame entraria no histórico escolar dos alunos do Ensino Superior.

Outra iniciativa importante seria a criação do “Enade Digital”, que tem como objetivo tornar o exame universal e anual para todos os concluintes – atualmente a avaliação é trienal e não abrange todas as áreas de conhecimento.

Caso a proposta seja aprovada, os alunos do Ensino Superior – assim como as instituições de ensino – serão beneficiados. A participação mais efetiva dos estudantes na realização do exame tende a melhorar o desempenho individual e, consequentemente, o resultado final da avaliação geral dos cursos universitários – que por vezes são prejudicados pela falta de interesse dos próprios alunos.

“Sempre vi o Enade como uma avaliação sem propósito. Somos obrigados a fazer, mas não somos efetivamente beneficiados. Além disso, acho injusto atualmente só alguns cursos realizarem a avaliação. Todos os estudantes da graduação deveriam ser avaliados. Caso aconteça o que o MEC pretende, o Enade será levado mais a sério”, afirmou a estudante Camila Soares.

O Jornal do Trem & Folha do Ônibus entrou em contato com o Inep para saber mais detalhes sobre o projeto, porém, a assessoria afirmou que, como as alterações estão sendo planejadas, não poderia dar informações mais concretas.

Box: Renan Monteiro
Box: Renan Monteiro

Categoria:

Leia também