É possível contornar o problema dos altos preços destes e outros produtos com dicas bem simples

Tayonara Géa
Box e Fotos: Renan Monteiro
Box e Fotos: Renan Monteiro

O divórcio está sendo inevitável, com a crise financeira. Mas não se trata da separação de casais, e sim dos alimentos mais comuns nas refeições dos brasileiros. O feijão – o famoso carioquinha – e o arroz já não são vistos com muita frequência nos pratos. E o que dizer da carne, especificamente dos cortes bovinos de primeira qualidade, e do leite que faz a dupla imbatível com o café na refeição matinal além de principal alimentação de muitas crianças?

Os preços desses produtos – e de outros, como os derivados do leite e dos necessários para temperar, como o alho – estão fora do que o consumidor está acostumado a pagar. E a culpa não é apenas do governo – devido ao alto índice de desemprego e baixos salários – mas também da entressafra que diminuiu a quantidade e a qualidade do pasto, sem falar nas oscilações climáticas que afetam diretamente o plantio dos grãos.

Se diante de todos esses fatores, você acredita que não há saída, a não ser cortar definitivamente esses alimentos da sua refeição, saiba que para tudo dá-se um jeito. É possível manter a alimentação habitual desde que algumas dicas sejam colocadas em prática. O Jornal do Trem & Folha do Ônibus vai te ajudar nessa fase.

 É de assustar

Os folhetos dos mercados raramente trazem promoções dos alimentos que encareceram a cesta básica nos últimos meses. O preço do feijão já virou piada nas redes sociais e se tornou um alimento valioso na refeição dos brasileiros.

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o preço do grão já apresentou um aumento de 89,26% apenas este ano. O valor do leite foi reajustado, até metade de junho, em 18,52% – índice que contribuiu com o aumento no valor do preço da manteiga (41,89% em 2016) e dos outros derivados. Quanto ao preço da carne bovina, em alguns mercados o aumento já chegou aos 30%.

A situação do arroz é questionável, pois especula-se que o aumento do pacote tem como consequência o comportamento dos agricultores – diante da redução da safra, retiveram o estoque, aumentando o valor dos produtos que estavam nas prateleiras.

 Driblando o problema

Ter a refeição básica com arroz e feijão é fundamental para uma boa alimentação. Segundo o docente em gastronomia do Senac Osasco, Lúcio Roberto da Silva, esses dois produtos fazem uma combinação perfeita, porque o que um não possui, o outro complementa.

“O arroz tem a metionina e o feijão possui a lisina, esses aminoácidos são essenciais ao nosso organismo. O aporte proteico oferecido por essa combinação dificilmente é encontrado em outros produtos de origem vegetal, sendo mais comum em alimentos de origem animal”, informa o docente.

Para ter os dois alimentos no prato do dia a dia, Lúcio explica que a troca do feijão carioca pelo preto (com preço mais acessível) pode ocorrer sem nenhum problema.

Quanto à carne bovina, o docente do Senac explica que “a maior parte dos compostos presentes nesse tipo de alimento pode ser encontrada no frango e no peixe, como ferro, zinco, proteínas e vitamina B12. E ainda com uma quantidade menor de colesterol e gordura saturada”.

 Economia e alimentação

Mesmo com todas as dicas de substituição, é preciso que o consumidor também esteja ciente da necessidade de pesquisar os preços.

Segundo o especialista em economia doméstica, Claudemir Galvani, uma das medidas fundamentais para economizar e comprar os produtos básicos de consumo “é pesquisar o preço daquilo que se quer adquirir, mediante a visita a vários supermercados ou pela internet”.

Além dessa prática, Claudemir Galvani orienta para o consumo consciente. “Aproveite a crise para comprar somente o necessário. Corte os supérfluos e corte aquilo que não faz bem à saúde”, fala o especialista.

 

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