As articulações políticas para defender o presidente da República, Michel Temer (PSDB) – da segunda denúncia pelos crimes de organização criminosa e obstrução da Justiça – e o afastamento do senador Aécio Neves (PSDB), após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), fizeram com que as máscaras dos deputados e senadores eleitos pelo povo brasileiro caíssem mais uma vez.

Com todos esses acontecimentos, o clima entre os parlamentares e senadores está fervendo, pois há articulação de todos os lados para que a denúncia contra Temer seja revertida, assim como a decisão do STF junto ao senador.

O problema maior não é tanto as ‘negociações políticas’, tão conhecidas pelo povo para tentar livrar os ‘acusados’, mas sim a falta de ‘ideologia’ dos partidos que se uniram em defesa daqueles que já tanto condenaram.

 

‘Santos do pau oco’

A decisão do STF de afastar o senador Aécio Neves do mandato é uma medida cautelar pedida pela Procuradoria-Geral da República no inquérito em que o tucano foi denunciado por corrupção passiva e obstrução da Justiça, com base nas delações premiadas da empresa J&F – ele teria recebido R$ 2 milhões em propina do empresário Joesley Batista.

Já o presidente Michel Temer – que tem a reprovação de 77% dos brasileiros, segundo pesquisa Ibope divulgada na última quinta-feira, 28 – está na corrida contra o tempo para apresentar sua defesa e conseguir com que a Câmara dos Deputados consiga, mais uma vez, blindar o prosseguimento da investigação dos supostos crimes cometidos.

 

Casa questionável

Em momentos aonde as decisões precisam ser totalmente precisas, o Congresso Nacional se mostra incoerente – aliados e oposição se unem para tentar reverter denúncias apresentados pelos ministros do STF.

Aqueles discursos diários de acusações contra determinados partidos ou políticos caem por terra quando está em jogo posições no alto escalão do governo, liberação de verbas por meio de medidas provisórias e outras negociações políticas que começam a surgir após os resultados se tornarem favoráveis aos acusados.

Está sendo assim no Senado, com a aproximação de petistas e tucanos para que Aécio volte a ocupar sua cadeira, e na Câmara dos Deputados para que a denúncia contra Temer tenha o mesmo desfecho do primeiro processo – o arquivamento.

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