Seja um folião consciente e faça dessa festa um momento de puro lazer – com respeito e educação

Tayonara Géa
J1067 - CAPA - BOX
Ilustrações: Renan Monteiro

Os dias de folia chegaram e o brasileiro já está pronto para ganhar as ruas da cidade em busca de diversão. Os blocos que desfilam pelos bairros ganham cada vez mais público e espaço nesta festa que há anos faz a alegria de nativos e estrangeiros.

Jovens, adultos, crianças e idosos, enfim, todos têm o direito de curtir esse momento. Mas para que o evento, de fato seja uma festa, é preciso que todas as pessoas – isso mesmo, todos os foliões – estejam conscientes dos seus atos. Com a cidadania em dia é possível pular o Carnaval e se divertir sem transtornos.

 Tenha personalidade

É muito comum ouvir as pessoas dizerem que o Carnaval é o momento de se libertar. Sim, é perceptível a alteração de comportamento de muitos foliões. Em muitos casos, a educação e o respeito são deixados de lado, e os indivíduos acabam seguindo o caminho contrário para que a festa ocorra sem imprevistos.

Mas por que as pessoas agem dessa forma? A resposta pode estar no significado da palavra folião, que é levada a sério por muitos que vão às ruas do país.

Segundo o sociólogo e professor da UFSB (Universidade Federal do Sul da Bahia), Antonio Mateus Soares, a palavra folião tem a sua matriz na Europa, sobretudo na cultura francesa, e significa ‘loucura’. “A partir desse conceito há um entendimento preliminar que o Carnaval, como momento do ano em que as pessoas se extravasam, é também um momento de loucura, o que acaba comprometendo a civilidade e as boas práticas esperada em uma sociedade de regras e normas”, comenta.

 Faça diferente

É um momento de libertação, sim. Mas é possível ser livre com educação e respeito. Por que é preciso entrar na vibe de outras pessoas que se comportam erroneamente durante todo o ano? Por que você irá contra os seus princípios, apena para ser igual àqueles que acreditam que liberdade é transgredir os conceitos?

Para Antonio Soares, é possível fazer um Carnaval com mais consciência, desde que o folião tenha passado por algum processo de formação cidadão anterior. “Os valores apreendidos na escola e no âmbito familiar são fundamentais. A civilidade e o comportamento cidadão não se aprende e se revela de uma hora para outra, sobretudo em uma festa marcada pelo desejo de evasão e transgressão da norma”, explica o sociólogo.

 É para todos

Se você é daqueles que ainda alimenta algum tipo de preconceito, a melhor forma de curtir o Carnaval é ficando em casa. Isso mesmo, por mais que essa festa não seja tão democrática como se espera, já passou da hora de entender que todos os foliões – independente da opção sexual, da classe social e da idade (idosos e crianças também se divertem) – têm o mesmo direito de ir às ruas e festejar.

Então, caro folião, se você sabe que ao ir às ruas para se divertir, encontrará situações que são contra os seus princípios, pense bem antes de sair de casa. De duas opções, opte por uma dessas: ou você liga o som da sua residência e chama os amigos para uma festa particular, ou então encara a realidade e vá ser feliz, mas sem causar transtornos.

 Aceite o ‘Não’

Homens, segue um recado que faz toda a diferença para as mulheres que querem se divertir igual a vocês: respeito acima de tudo. Mas vocês podem estar se questionando: mas Carnaval não é curtição? Sim, é para curtir desde que elas estejam dispostas a estar no mesmo clima que vocês.

Segundo Antonio Soares, as diversas formas de violência contra as mulheres são as mais recorrentes e banalizadas no Carnaval. Então, homens, leiam e entendam: roupa sexy ou até mesmo uma dança mais sensual não é um convite a vocês. Sejam responsáveis e percebam que as piadas machistas, os beijos forçados e qualquer outro tipo de assédio só vão deixá-los em uma situação ridícula.

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