Quem criou os padrões considerados aceitáveis quando o assunto é peso corporal? Um “consenso” médico, que determina qual é o índice considerável “bom” ou “ruim”.

Isso não depende muito dos números apontados em exames de checkup. Mesmo que a pessoa apresente tudo em ordem – como colesterol, triglicerídeos ou níveis de glicose no sangue – se ela não tiver um “biótipo” considerado correto, com base no IMC (Índice de Massa Corporal), o médico vai pedir dieta para perder peso.

Especialmente se você for mulher, a chance de estar insatisfeita com o formato do seu corpo é grande. Geralmente, mesmo aquelas que estão aparentemente perfeitas, alegam precisar perder 2 ou 3 quilos “para ficar bem”.

E assim, muita gente passa a vida lutando contra os padrões impostos. Pessoas que odeiam o próprio corpo, têm problemas para se olhar no espelho e até mesmo para comer sem culpa.

Enquanto a obesidade cresce no mundo todo, cresce com ela a aversão aos gordos. Mesmo que a maioria das pessoas esteja fora dos padrões, ainda são os padrões – e as pessoas que nele se encaixam – que tratam como inferiores o resto da humanidade.

Não que o correto seja estar obeso, se a saúde não está em ordem.

Porém, no caso contrário, por que a sociedade não aprende que está tudo bem não entrar no jeans 38 ou ter culotes flácidos?

Muita gente alega não ter preconceito. Porém, na hora de idealizar um parceiro, ou escolher um, não leva em conta nada mais além do formato da silhueta.

Crianças aprendem desde cedo que não podem “ser gordas” – os meninos também são cobrados neste sentido.

Nas “baladas” o que mais se vê são rapazes com os braços estourando, inflados pela musculação excessiva, e roupas apertadas para ressaltar esse formato.

As moças, sempre com seus cabelos enormes, corpos bem desenhados e quilos de maquiagem.

Quem sai deste formato está praticamente fora do “jogo”. Será preciso esbanjar simpatia para modificar o resultado.

Fica difícil para os muito magros. Ou para quem está com sobrepeso. Ou para quem não se encaixa neste quadro, seja por uma razão ou outra.

Onde foi que tudo isso passou a ser a regra?

Além disso, por que as pessoas não se questionam sobre seus preconceitos, sobre a forma como enxergam os outros – e a si mesmos?

Toda essa imposição não se resume à estética. Ela pode ser cruel – e completamente desnecessária.

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