Na última quinta-feira, 27, o Ibope divulgou uma pesquisa encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). Os dados não são nada bons para o presidente Michel Temer (PMDB).

Ele é aprovado por apenas 5% dos entrevistados. Enquanto isso, a avalição negativa de seu governo subiu para 70%. Além disso, 83% desaprovam a maneira como Temer administra o país e 87% não confiam nele.

É fácil identificar essa desolação nas ruas. É um descontentamento que se reflete numa apatia aparente – que cobre a indignação e a raiva daqueles que não vão às ruas protestar, mas que estão simplesmente descrentes do país.

Enquanto as reformas necessárias (a política, a da previdência e a trabalhista) são feitas do jeito que melhor atende os nobres deputados e senadores – isso quando são feitas – o país segue sangrando nas contas públicas.

A máquina administrativa, que mais parece um paquiderme dos mais gordos – em todos os níveis, seja federal, estadual ou municipal – segue engordando. Os desperdícios seguem acontecendo. O cuidado com o dinheiro público inexiste. A população, que mantém essa festa nababesca, segue cortando na carne para manter um mínimo de subsistência.

Quem ainda tem seu emprego, segue com medo da ameaça que paira a todos. A sensação de que tudo está sendo sugado e nada é feito para um novo plantio e uma nova safra de colheitas é latente.

As pessoas veem os governos enxugando gelo. O dinheiro existe. Mas ninguém sabe onde está. As repartições públicas não têm sequer papel higiênico. São os funcionários que trazem de casa. Onde está o dinheiro?

Esse dinheiro paga “emendas parlamentares” para garantir apoio no instante que o governo pode ser julgado e convidado a se retirar do Palácio do Planalto. “Toma aqui, meu querido deputado, os milhões que você precisa. Conto contigo na hora da votação, OK?”

E nada funciona nos corredores das repartições burocráticas, cheias de gente indisposta e completamente indiferente às necessidades do cidadão – que por sinal é quem paga seus salário. Mesmo assim, em todo local é possível observar, bem visível, o cartaz dizendo que “desrespeitar o funcionário é desacato e pode gerar prisão”.

Então, nobre leitor, você segue pagando. E pague sem se indignar. Sem reclamar.

Se a gasolina subiu, paciência oras. Use o “maravilhoso” transporte público, onde você não tem lugar nem pra sentar e precisa ficar contente quando acha um apoio decente pra não ficar a mercê dos solavancos das freadas bruscas.

Sigamos assim. A gente reclama na fila do mercado. Reclama pros parentes. E na hora de se mobilizar pra mostrar toda essa falta de contentamento, o melhor mesmo é abrir uma cerveja gelada e seguir apenas falando mal de tudo.

 

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