Não fazem muitos dias e a notícia não teve tanto impacto. Os ministros do Supremo Tribunal Federal bateram o pé e o cardápio de seu tribunal foi mantido com medalhões de lagosta e vinhos importados.
Uma juíza do Distrito Federal até tentou barrar a licitação, mas um outro desembargador cassou a liminar e a farra do dinheiro público continuou.
Enquanto isso, o dinheiro das universidades é contingenciado. Suspenso, cortado, contido – use a palavra que você quiser.
É quase como uma família que está cortando os gastos porque o pai e a mãe perderam o emprego. Então o filho vai e gasta tudo em drogas. O esforço de todos é jogado pelo ralo.
Fica mais ou menos assim que acontece quando um setor público esbanja o dinheiro arrecadado – enquanto os outros fazem sacrifícios.
Você falar pra um filho: “não tem dinheiro”, enquanto o outro torra tudo o que você economizou na droga, é revoltante. E extremamente desgastante.
Por mais que o governo Executivo não possa ser responsabilizado pela forma como o Judiciário e o Legislativo gastam suas verbas – isso precisa ser revisto e é mais do que passado o momento da classe dominante brasileira entender que o povo não está mais conseguindo absorver a carga.
Custear esses medalhões de lagosta, essas inúmeras farras e entraves sem fim, estão causando uma lacuna intransponível na vida dos cidadãos brasileiros.
Os cidadãos “comuns” não conseguem mais trabalhar para bancar o modo de vida dessa corte de Brasília e suas continuações nos palácios estaduais e mini esferas municipais.
O limite de estafa, de cansaço, físico e mental que acomete o brasileiro está chegando ao ponto crítico. Os ânimos estão alcançando, mais uma vez naquele momento drástico de crise entre os familiares e amigos, onde as pessoas percebem a tensão no ar.
E qual é a parcela de culpa do governo Bolsonaro neste imbróglio? Sim, é um governo novo, de 5 meses e meio. Um governo que está cortando despesas para tentar adequar as contas. Afinal, não tem outro jeito sensato para acertar um orçamento.
Mas e o corte do que é desnecessário? E o corte do medalhão de lagosta? Independente da esfera de Poder. Já passou da hora destes “nobres senhores” perceberem que precisam fazer seu “quinhão” de esforço. Se é que isso é esforço – de onde que trocar lagosta por frango é esforço?!
Ao brasileiro “normal”, resta ter muita calma nesta hora. Parar de brigar pelos motivos errados. A cizânia é tudo que interessa aos poderosos. Enquanto os cidadãos ficam nesse clima de “nós contra eles” a verdadeira revolução – aquela dos costumes, da volta da tolerância, ainda é mais que necessária.