Foi uma semana cheia de assunto.
E os brasileiros pensando que o auge da conversa seria o debate se o presidente Jair Bolsonaro foi ou não “capacho” do presidente Donald Trump nos Estados Unidos.
Então veio a boa e velha Lava Jato, com suas boas e velhas operações com seus nomes mirabolantes. A Operação Descontaminação, deflagrada pelo Rio de Janeiro, veio com a notícia bomba da semana: a prisão do ex-presidente Michel Temer.
Temer vinha sendo procurado pela Polícia Federal três dias antes. Não se sabe o motivo, mas sua prisão se deu de forma incomum. Geralmente, os figuras presos pela Lava Jato são detidos em casa, logo cedinho.
Temer estava no carro, preto, todo filmado, bem insuspeito. Parecia estar fugindo. E tinha uma barricada, tipo uma blitz de polícia, pra parar o veículo dele. Sinal dos tempos.
O fato é que a Lava Jato dá a resposta. Quando a PF vai pra rua e prende esse tipo de gente, os brasileiros se sentem de alma lavada.
Os comentários dentro das empresas, as risadas nas redes sociais, os memes, tudo isso é reflexo. O brasileiro pode até brincar que o juiz vai soltar o ex-presidente. Mas ninguém está feliz com isso.
Todo mundo reconhece que a PF está fazendo seu trabalho. Todo mundo vê que a primeira instância está fazendo seu papel. Há anos. É trabalho de Davi contra Golias. Mas os cidadãos aí estão. Do lado de quem está com o estilingue na mão.
A frase que mais se ouve nas conversas: “um dia a casa sempre cai”.
Resta saber quando a lição será aprendida.
Mas é importante ver que apesar de todos os esforços que são feitos, ainda existem focos de resistência. De esperança.
Na semana em que o ministro Sérgio Moro teve de ouvir desaforos de um despeitado presidente da Câmara – bem preocupado, porque provavelmente já sabia que seu sogro seria preso – a resposta foi dada. E aplaudida por quem realmente interessa.
Como disse o próprio Moro na resposta dada ao deputado Rodrigo Maia: é o povo quem não aguenta mais.
É o povo quem paga o salário. É o povo que sustentou o enriquecimento ilícito de muitos.
E é esse mesmo povo que é feito de palhaço.
Dias como essa última quinta-feira são importantes. Mesmo que o juiz-ministro-advogado tire todo mundo da prisão daqui a pouco. O brasileiro precisa ver que ainda existem nesgas de Justiça no horizonte.
Que por mais que a pessoa esteja dentro de um carrão, um dia a casa sempre cai.