O termo bullying ganhou espaço há pouco tempo. Quem nunca ouviu uma pessoa de 30 e poucos anos dizer: “no meu tempo não tinha disso”.

Mas é um termo que não vai sair de “moda”. E infelizmente, vez por outra piora – quando alguém resolve levar ao extremo o resultado do que sente.

Surgem especialistas que explicam como fazer dentro de casa, e a comoção toma conta das conversas por algumas semanas. Então, o bullying volta ao seu “lugar” normal, que seria dentro das salas de aula. Na escola.

Mas não é bem assim.

A personalidade de cada um é como um boneco de argila que nunca seca. Começa quando estamos no útero, e somos uma bola de células sem formato, até a mais tarde da idade adulta – quando ainda nos permitimos aprender e modificar alguma coisa.

Assim, cada um de nós recebe da família a origem dos comportamentos que terá na vida social. Se assistiu os pais tirarem sarro dos outros, rir dos problemas alheios, é assim que a criança vai agir – da primeira infância até a vida adulta.

Se por outro lado foi oprimida e tratada sem respeito ou carinho, vai se tornar alguém que precisará de muita luta para vencer a baixa autoestima.

Os efeitos são refletidos por muito tempo. Da escola ao trabalho, passando pelas amizades, namoros e assim por diante.

Considerar que o bullying nasce na escola é um erro. Analisando mais profundamente, a raiz do problema está em casa. Do exemplo que os pais e parentes dão, até a negligência dos adultos diante dos impasses – começando na primeira infância.

A primeira noção que se pode ter sobre o papel que cada adolescente vai “desempenhar”, seja de agressor ou agredido, é observada entre o relacionamento dos irmãos ou dos primos.

As correções de rumo muitas vezes não são consideradas necessárias por quem está próximo. “As crianças precisam aprender a resolverem seus problemas sozinhas” – é o que mais se ouve. Na prática, aí está a gênese de tudo (ao lado dos exemplos dos mais velhos).

Corrigir comportamentos depois que eles se instalam vira um desafio dos mais complicados. Do agredido ao agressor, todo mundo perde numa determinada altura da caminhada pela vida.

Indo mais além, o bullying começa dentro de cada um. Como você tratou seus irmãos lá no passado? A resposta dessa pergunta pode ser a origem dos problemas que o seu filho está enfrentando agora – de um lado ou do outro dessa história.

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