Nessa semana saiu o resultado de uma pesquisa do instituto Datafolha. Basicamente, o resultado aponta que o cidadão tem medo e muita insatisfação quando o assunto é a situação político-econômica do país.

Fala-se que “as ruas” podem se agitar, como em 2013. Mas para isso acontecer, seria necessário que a economia tivesse seus índices abalados – o que contraria as expectativas de quem compara o ano passado com esse meio de 2017.

No início de 2016, o clima era de total incerteza diante da permanência de Dilma Rousseff na Presidência, sem falar na manutenção das rotas completamente equivocadas na economia.

Agora, apesar do presidente estar no olho do furacão de uma investigação, sua equipe econômica trabalha com relativa “tranquilidade”, permitindo índices ainda acanhados, mas que apontam para melhoras na qualidade de vida do brasileiro – pelo menos no mercado de consumo. Desemprego é outra história.

Quando os pesquisadores perguntaram qual a nota que se dá ao governo de Michel Temer, o número foi 2,3. Isso mesmo. Nota 2.

Mesmo com toda essa reprovação, e todos os problemas, Michel Temer vai se escorando no arrefecimento dos maus números. A inflação caiu. A produção se estabilizou e o mais interessante: as demissões foram interrompidas.

Não quer dizer que o desemprego vai diminuir – ainda. Mas pelo menos a ferida parou de sangrar. Isso contribui para uma sensação de menos desconforto entre a sociedade como um todo.

Difícil é entender como o próximo ano vai significar alguma mudança para melhor – efetivamente – na vida das pessoas. Entre os rostos disponíveis desde já para as urnas, alguns são velhos conhecidos da Justiça. O pré-candidato campeão é réu da Lava Jato.

Como o brasileiro ainda cogita votar num candidato que é réu? Como os cidadãos se dispõem a vendar os olhos desta maneira, e seguir insistindo no erro?

A máxima mais considerada nessa análise pode ser algo do tipo: ah, tudo bem ele ser corrupto, ele ajuda os pobres. Lembra bem o paulistano que segue elegendo Paulo Maluf, que desviou bilhões para a Europa e ainda se gaba do bordão “Maluf rouba, mas faz”.

Infelizmente, a população é corrupta. Sendo assim, é natural que seus representantes tenham a mesma mentalidade: “ok, o que eu ganho de vantagem aqui?”

E esse pensamento contamina rápido. Crianças do 1º ano do ensino fundamental já podem ser vistas tentando levar vantagem sobre seus colegas. Trata-se de um triste ciclo, bem longe do fim.

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