Ontem foi Dia das Crianças. Façamos, com base nessa festa, algumas reflexões. Porque nem tudo épolítica ou economia.

Vivemos tempos de intolerância. E as crianças acabam sendo vítimas.

Atualmente, existe uma regra considerada correta para tudo. Desde o ventre, os bebês estão sujeitos à pressão. Antes de nascerem, é a polêmica pela forma como virão ao mundo. Depois que nascem, vem a briga e o julgamento pela forma como a mãe escolheu alimentar seu filho. Como assim não amamentou com leite materno, exclusivamente, até os seis meses?!

Conforme os meses e anos vão passando, vem a contenda sobre o tipo de brinquedo que os pais oferecem aos filhos. E não se trata apenas à discussão de gênero – que está “na moda” agora. Não. Passa pelo fato de que o certo é que o brinquedo seja de madeira, ou qualquer outra coisa que remeta ao artesanal. O “certo”.

Os pequenos vão aprendendo desde sempre, que existe regra “certa” para tudo. E o mais complicado é crescer assistindo os adultos propagarem essas ideias, mas adorarem comer fast food – por exemplo. E então eles ficam com um ponto de interrogação gigante no rosto. Como meu pai fala que eu preciso comer tudo orgânico se ele ama comer pizza?

Das regras, vêm a doutrinação. Da doutrinação do “politicamente correto” vem a intolerância – muitas vezes recheada de hipocrisia.

Custa deixar teu filho pirar numa loja de brinquedos “industrializados”? Que não seja comprada uma bala, mas é fascinante olhar uma criança dentro de um estabelecimento desses. E existem até adultos que também se permitem “gastar tempo” olhando brinquedos.

Mas não se pode estimular o consumismo. Ok.

Volta a questão de gênero. Qual o problema uma criança do gênero feminino brincar de boneca com roupa cor de rosa – se assim ela quiser?

Tem muita gente que está começando a ficar obcecada com o “politicamente correto” – e que prefere ficar vomitando regras o tempo todo.

Não existe beleza no simplesmente deixar. Deixe que pensem o que quiserem. Deixe que comam o que quiserem. Que expressem aquilo que quiserem. Deixe que as crianças brinquem como quiserem, com o que quiserem.

É tão difícil deixar. Simples assim. E relaxar. E viver à sua moda. Sem se importar com o que o mundo “deixa”. Sem ficar ditando pros outros o que pode ou não pode deixar.

Esse é um dos males dessa sociedade que aí está. Em questões aparentemente bobas, surge um conflito. E de conflito em conflito, a treta reina no mundo. E tudo que podia ser colorido, como uma loja de brinquedos, acaba ficando cinza e sem graça.

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