Mirian Goldenberg

Uma das queixas mais frequentes dos homens e mulheres, de todas as idades, que tenho pesquisado é: “falta de tempo”. Eles dizem que gostariam de fazer cursos, ler mais livros, escrever, dançar, praticar esportes, fazer musculação e pilates, estudar inglês e francês, sair com os amigos, namorar, viajar, conhecer lugares novos, caminhar na praia, fazer um trabalho voluntário e muitas outras atividades.

Por que, então, não fazem estas coisas que tanto desejam? Escuto sempre a mesma resposta: “Eu não tenho tempo!”. Muitas vezes acompanhada de: “Não tenho dinheiro!”.

Eles vivem uma espécie de escravidão. Sentem-se “sem tempo para mais nada, nem para dormir direito”. Estão “cansados, exaustos, esgotados, sugados, vampirizados, massacrados”.

Uma psicóloga de 62 anos disse: “A desculpa de falta de tempo é a prova do nosso medo de fazer aquilo que realmente desejamos. Não temos coragem de dizer não, queremos agradar a todo mundo e esquecemos que precisamos agradar, em primeiro lugar, a nós mesmos. Ser livre para priorizar as próprias escolhas e desejos, e usar o tempo para concretizá-los, é arriscado e dá muito trabalho. É mais fácil ser escravo do tempo dos outros do que senhor do próprio tempo”.

Você já parou para pensar que o tempo é um capital, uma verdadeira riqueza? Como você gasta (ou desperdiça) seu tempo? Se você fosse o dono do seu tempo, o que faria (ou deixaria de fazer) agora?

 Mirian Goldenberg é antropóloga e autora de “A bela velhice” (ed. Record)

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