Foto: Alf Ribeiro - Folhapress
Foto: Alf Ribeiro – Folhapress

Agora não tem mais interinidade. A coisa é pra valer. Michel Temer (PMDB) precisa apresentar rapidamente alguma luz no fim do túnel em que se meteu a economia brasileira.

Praticamente enquanto ele tomava posse, foi divulgado o dado mais preocupante dos últimos dias. O PIB (Produto Interno Bruto) do país segue encolhendo. Já são seis trimestres em queda. Ou seja, um ano e meio – sem a previsão verdadeira e palpável de que as coisas vão mudar.

A recessão brasileira é a pior em todo o mundo. A crise aqui já alarma o mercado global faz tempo. As agências que analisam o mercado financeiro apostam no pior.

O consumo das famílias encolhe cada vez mais, afinal, tem muita gente perdendo o emprego. Quem não perdeu, adota uma postura mais conservadora pensando num provável futuro complicado.

Fala-se sobre as medidas que o agora presidente precisa tomar. Todo mundo aponta para um corte de gastos na corte nababesca que se criou nos últimos anos de governo petista.

Fato é que o custo dos funcionários públicos federais é absurdamente alto. E o exército de servidores estaduais e municipais não segue por caminhos diferentes em todos os rincões do Brasil.

Então surgem as especulações. Reforma da Previdência Social – com conta a pagar pelo trabalhador. Revisão dos direitos trabalhistas. Revisão do SUS. Corte dos programas sociais. São muitas as possibilidades, mas o presidente não se manifestou.

Se a situação vai piorar? Dizem os analistas econômicos que ainda haverá pelo menos mais esse ano de muitos resultados negativos. O país provavelmente vai fechar o ano com retração de mais de 3% na economia. Os discursos de Michel Temer precisam produzir resultados práticos – além do mero falatório.

E no meio de tudo isso, há os ânimos do partido que sempre deu as cartas na política nacional e não encontra consenso em suas decisões: o PMDB.

No dia da decisão do impeachment, o presidente do Senado, Renan Calheiros deu um passe absurdo no presidente e manobrou para garantir os direitos políticos da ex-presidente Dilma Rousseff. A medida não é benevolência. Funciona como uma abertura de porteiras para que na sequência os políticos condenados possam manter os seus direitos assim como ela. É o famoso precedente.

Como votarão os nobres deputados federais e senadores, quando forem servidas as medidas que tentarão tirar o país do buraco – e que tendem ser muito impopulares? Essa é uma pergunta que não se pode prever resposta.

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