Da Redação

A pergunta que se faz diante da movimentação para o ato do próximo domingo, 26 de maio, a favor do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), é: “quem está organizando o movimento e quem será o beneficiado?”.

A movimentação foi anunciada logo após estudantes e professores irem às ruas de várias cidades protestarem contra o corte na Educação. E até então, o que se sabe é que muitos correligionários e grupos expressivos que apoiaram a candidatura do governo não estarão presentes, pois desaprovam algumas medidas que estão sendo adotadas.

“Apoio forçado”

O projeto da Reforma da Previdência, o aumento do combustível e do gás de cozinha, e o corte de investimentos desagradam grande parte dos brasileiros – assim como parlamentares do partido de Bolsonaro – e, mesmo assim, um ato a favor do presidente é anunciado. Como explicar essa ‘convocação’?

O cientista político, Leandro Consentino, comenta que esse ato é bastante peculiar, porque manifestações a favor de políticos não têm um caráter espontâneo, sendo guiadas por partidários do presidente, o próprio partido que o sustenta e grupos que orbitam ao torno dele.

“Parece que tem a ver com os atos contra os contingenciamentos e cortes contra a educação pública, verificado nos últimos dias. Não serão todas as pessoas que votaram no Bolsonaro que estarão dispostos a ir às ruas – muita gente votou nele para evitar o PT – e se o movimento for minguado, de alguma forma o presidente terá uma imagem muito comprometida”, fala o cientista político.

Quem sai ganhando?

A forma como surgiu esse ato – pessoas incentivando a invasão ao Congresso, o fechamento do STF (Supremo Tribunal Federal) e caminhoneiros se organizando para cerca o Senado e a Câmara dos Deputados – vai à contramão da democracia brasileira, principalmente se o presidente Bolsonaro for favorável a essas manifestações contra os poderes.

“É preciso observar com bastante cuidado a postura do presidente em relação a esse ato porque qualquer tipo de engajamento pode configurar o crime de responsabilidade por promover a ideia ou, pelo menos, a comoção de buscar interferir em outros poderes”, explica Consentino.

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