Uma movimentação financeira atípica na conta de José Carlos Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), deu o que falar essa semana, principalmente entre aqueles que ainda não aceitaram a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República.
A maioria da imprensa atirou bomba para todos os lados ao questionar Flávio, e até mesmo o presidente eleito, sobre as movimentações que somaram R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de divulgadas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
O fato é que outros assessores de deputados da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) também estão sendo investigados pelo Conselho, mas os nomes – assim como os partidos – não ganharam destaque no cenário político.
Vários nomes, um escolhido
O relatório do Coaf – produzido diante da Operação Furna da Onça, que prendeu em novembro alguns parlamentares estaduais do Rio de Janeiro (Flávio Bolsonaro não está entre eles) – publicou o nome de 20 auxiliares de deputados da Assembleia que teriam realizados uma movimentação financeira atípica.
De acordo com o documento, o gabinete com o maior volume de comunicações foi do deputado petista André Ceciliano, aonde quatro funcionários movimentaram cerca de R$ 49,3 milhões. O segundo nome apontado foi do parlamentar Paulo Ramos (PDT), cujas movimentações somam R$ 30,3 milhões.
Dentre os 20 parlamentares citados no relatório, aonde dezenas de milhões de reais estão sob suspeita, o de Flavio Bolsonaro ganhou destaque pelo simples fato dele ser ‘o filho do presidente eleito’ e, também, porque uma das transações do ex-assessor Queiroz foi um cheque destinado à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
É um ato ilícito?
Especialistas apontam que essas movimentações, consideradas no primeiro momento como atípicas e não ilegais, devem ser analisadas.
Em nota divulgada à imprensa, o Ministério Público Federal esclareceu que nem todos os nomes citados no relatório do Coaf foram incluídos nas apurações e que nem todas as movimentações suspeitas são, de fato, ilícitas.
Flávio Bolsonaro se manifestou nas redes sociais dizendo “estar com a consciência tranquila” e que Queiroz deverá prestar os esclarecimentos necessários ao Ministério Público.
Jair Bolsonaro falou sobre os R$ 24 mil depositados na conta de sua esposa Michelle, alegando ser o pagamento de uma dívida que Queiroz tinha junto a ele – que chega a R$ 40 mil.