Carulina Costa

Em fevereiro deste ano, o prefeito de Osasco, Rogério Lins (Pode), inaugurou com pompa e circunstância o Hospital Veterinário Manchinha, no Jardim Wilson.

Pegando carona na morte do cachorro no estacionamento do hipermercado, Lins fez a política como ele e seu partido estão acostumados a fazer – aquele jeito “bom e velho” dos coronéis – tentando se passar pelo novo nos ternos apertados.

Enquanto isso, Fabiana Cavalcante de Souza Simões, moradora do Quitaúna, mãe de dois filhos – sendo um bebê de dois anos – desempregada, perambulava de posto em posto de Saúde tentando fazer exames e descobrir o que era o caroço que estava crescendo atrás de sua orelha direita. Para ser atendida, ela precisou até escrever carta declarando que tinha votado no prefeito. E não adiantou.

Agora, três meses depois, o caroço já está com 12 centímetros e Fabiana já sabe que se trata de um tumor que está pressionando uma das principais veias de seu cérebro. Se ela tivesse recebido o atendimento adequado em agosto de 2018 – quando procurou o médico pela primeira vez – não estaria correndo riscos agora.

Mas aparentemente, Osasco é uma cidade em que os cães e gatos têm prioridade. E a mentira reina.

Em resposta encaminhada à redação, a prefeitura disse que a paciente cancelou a consulta agendada na Policlínica Norte no dia 07 de maio, com a equipe de pequena cirurgia.

Fabiana tem uma cirurgia marcada na cidade de Sorocaba em 03 de junho. Foi preciso viajar para conseguir atendimento. E ela alega que a prefeitura nunca marcou nenhum tipo de biopsia em maio.

Seu prontuário é cheio de idas, vindas e passagens traumáticas. Sem dúvida alguma, mentira era tudo que um ser humano não precisava num momento como este. Na concepção da prefeitura, talvez os cachorros mereçam um atendimento mais digno.

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