O ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou na última quarta-feira, 29, que o PSDB não integra mais a base de sustentação do governo de Michel Temer (PMDB). Com isso, o presidente da República deixa de ter como aliado a terceira maior bancada partidária no Congresso Nacional com 46 deputados federais e 11 senadores.

 

E os ministros?

O governo de Temer conta com três ministros tucanos – Antonio Imbassahy, na Secretaria de Governo; Aloysio Nunes, na Relações Exteriores; e Luislinda Valois, nos Direitos Humanos. A permanência dos chefes das pastas ainda é incerto.

“A questão ministerial é uma questão do Presidente da República. Ele poderá manter os ministros do PSDB, tendo o partido deixado de participar da base de sustentação. Uma coisa é um ministro estar no governo representando o seu partido, e outra é o presidente, na sua cota pessoal, resolver manter um quadro que circunstancialmente seja do PSDB no ministério. Não vejo nenhuma incompatibilidade”, disse Padilha.

 

Menos apoio na Câmara

O governo realiza várias manobras para tentar aprovar a reforma da Previdência o mais rápido possível, mas com a debandada do PSDB a conquista de votos pode ser ainda mais difícil – mesmo Padilha achando que os tucanos serão favoráveis ao projeto.

“O PSDB desde o início em que esteve participando integralmente do governo, tinha o compromisso com a reforma da Previdência e não me consta que eles tenham deixada de tê-lo. A gente conta que eles mantenham o compromisso”, comenta o ministro da Casa Civil.

 

Alckmin se posiciona

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) – que deve assumir o posto de presidente nacional da sigla em dezembro – se manifestou sobre a saída do partido. “Acho que não tinha razão para o PSDB participar do governo e indicar ministros”, falou.

Quanto aos ministros e as votações, Alckmin falou abertamente que “os chefes das pastas terão que sair pelo prazo de desincompatibilização e que o partido votará medidas de interesse do país, independentemente de ter cargos, ministérios ou participar do governo”.

Para acertar de fato a saída do governo, Temer e Alckmin devem se encontrar neste final de semana.

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