Você, provavelmente, já deve ter recebido uma mensagem no celular ou lido um post de um amigo em uma rede social dizendo que vacina contra a gripe causa gripe ou que a imunização contra a febre amarela causou tantas mortes em tal cidade.

É tudo boato. E a propagação de informações falsas é uma das principais preocupações de médicos quando o assunto é vacinação.

“As redes sociais são uma área muito importante. O problema é quando as pessoas passam dos limites e começam a falar sobre o que não sabem”, diz o médico pediatra e neonatologista, membro da Sociedade Americana de Pediatria, Nelson Douglas Ejzenbaum.

Absurdos publicados

Para o médico Paulo Camiz, geriatra do Hospital das Clínicas, a falta de conhecimento proporciona alguns absurdos relacionados às vacinas. “Na da gripe, por exemplo, falam que quem toma a vacina fica doente. É impossível justificar isso. Não é um vírus adormecido que está lá dentro”, afirma.

Os médicos admitem que algumas vacinas podem trazer um desconforto momentâneo para quem as toma. Mas é irrisório perto do problema que ela ajuda a evitar.

“Toda vacina tem seus efeitos colaterais, mas nenhum que supera a doença. As doenças podem ser mortais”, diz Ejzenbaum, que dá um conselho aos pais: “Não se guiem por boatos. Informem- se com os pediatras”.

Vacinação no Brasil

Apesar de todas as dificuldades do sistema de saúde pública, o Brasil tem um calendário de vacinação elogiado por médicos.

“É um calendário bastante completo, melhor que em muitos outros países. Temos vacinas de alta qualidade, desde para poliomielite até para pneumonia e meningite, o que poucos países fazem”, afirma Ejzenbaum.

Segundo estimativa do Ministério da Saúde, 53% de crianças e adolescentes não estão com a carteira de vacinação em dia. Neste mês, a campanha de multivacinação esperava atingir 47 milhões do público-alvo, mas o resultado final da campanha, que acabou no último dia 22, não foi divulgado.

Fique atento

Desde o nascimento até os dez anos, as crianças precisam ser vacinadas – seja reforço ou dose única contra alguns tipos de doença.

Já meninos e meninas entre 11 e 14 anos precisam tomar uma dose única da vacina contra o HPV – que pode causar câncer de colo de útero, vulva, vagina, pênis, ânus e orofaringe.

A partir dos 20 anos é preciso tomar a vacina contra o tétano – o reforço deve ocorrer a cada 10 anos, por toda a vida – e febre amarela.

Com 60 anos ou mais, a vacinação é uma dose anual contra a gripe e outra contra a pneumonia causada pela pneumococo.

*Folhapress

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