A venda livre e sem receita de suplementos vitamínicos em farmácias e até pela internet é criticada por médicos. A ingestão de complementos alimentares deve ter recomendação médica, apesar de ser considerada saudável por especialistas.

O uso de repositores de vitaminas é até incentivado a complementar a alimentação natural, seja aos sedentários, aos que praticam esportes ou frequentadores de academias. Mas precisam ser ingeridos da forma correta.

Riscos

“A venda devia ser mais rigorosa. Em farmácias, por exemplo, seria preciso um nutricionista para atender a essa demanda”, afirma Alan Tiago Scaglione, nutricionista da Estima Nutrição.

Ele segue afirmando que há riscos na ingestão incorreta desses suplementos, em especial a quem tem problemas de fígado e rins. “Para quem tem predisposição, pode acelerar o problema”.

Scaglione explica que o excesso do suplemento pode prejudicar a saúde, e dá um exemplo. “Uma pessoa que tem sobrepeso e hipertensão que consuma um suplemento à base de cafeína, poderá acelerar o batimento cardíaco, levando ao infarto”.

Auxílio médico

Suplementos de qualidade, segundo ele, custam entre R$ 200 e R$ 500. “Se não houver exames de sangue para avaliar quais as vitaminas estão faltando, poderá ser um dinheiro jogado fora, porque não terá efeito”.

Para isso, é fundamental a ajuda do médico para indicar o suplemento certo para cada paciente. “É caso a caso. Nosso corpo precisa desses complementos”, diz Letícia Fontes, nutróloga da Clínica MEI – Medicina Integrativa.

Letícia alerta que polivitamínicos nem sempre são uma boa opção. “Às vezes há deficiência de apenas uma vitamina, não sendo necessário a reposição das demais”. E conclui. “É preciso tomar na quantidade indicada para não haver intoxicação e aliar à alimentação balanceada”.

Sem excesso

Pesquisa apresentada em 2015 por Tim Byers, então diretor-associado de controle e prevenção ao câncer do Centro de Câncer da Universidade do Colorado, mostra que suplementos consumidos em excesso podem aumentar o risco de câncer.

“Não temos certeza do motivo, mas evidências mostram que pessoas que tomam além do necessário diariamente correm esse risco”, explica Byers.

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