Nos últimos dez anos, surgiram várias empresas especializadas em telhados verdes, que oferecem seus serviços para pessoas físicas e para construtoras. Arquitetos estimam que a demanda tenha dobrado nos últimos anos. No exterior, cidades como Toronto e Copenhague tornaram obrigatório o telhado verde em construções a partir de determinado tamanho. Além do fator estético, o telhado verde apresenta uma grande vantagem térmica.

 

Economia e sustentabilidade

Uma pesquisa da USP, feita pelo geógrafo Humberto Catuzzo, descobriu que o telhado verde, por funcionar como um isolante térmico pode diminuir a temperatura em até 5,3º em relação a um prédio com concreto na laje, além de aumentar a umidade do ar em 15,7%.

Outro estudo, feito no Canadá, estimou que um telhado verde reduz, no verão, o gasto com ar-condicionado em até 75%, sem deixar a casa mais fria no inverno.

No caso de prédios, o telhado verde, por implantar no teto um sistema de captação de água da chuva e por aumentar a arborização da cidade, ajuda as construtoras a conseguirem certificações de sustentabilidade emitidas por entidades internacionais.

 

Cuidados

Um dos maiores cuidados necessários, que acarreta custos, é com a impermeabilização. Os projetos deixam cerca de 10 cm de espaço vazio entra a terra e laje. Quando chove, a água se acumula e é escoada por esse caminho.

O telhado verde, assim, exige um estudo de viabilização, já que ele aumenta significativamente o peso da laje.

“Além do peso do telhado verde, se chove há o peso da água. Se o calculista não for informado sobre isso, pode jogar sua obra inteira no chão”, diz Cristiane Silveira de Lacerda, diretora-geral da consultoria Ecoconstruct Brazil.

 

Desvantagens

O telhado verde encarece a laje em até 30% em relação a uma construção normal, segundo o Secovi -SP (sindicato da habitação), o que faz com o que a entidade seja cautelosa ao apontá-lo como um divisor de águas em sustentabilidade.

“O telhado verde custa mais e também tem manutenção cara. Itens como arborização de calçadas e de áreas internas minimizam problemas com água com um custo menor”, afirma Ciro Scopel, vice-presidente de sustentabilidade da entidade.

Vanderlei John, professor da Poli (Escola Politécnica da USP) e conselheiro do CBCS (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável), também é cauteloso sobre o tema. “Telhado verde é como ter bicho de estimação em casa você precisa gostar, cuidar. É uma solução fantástica, mas só quando você tem tempo para fazer a manutenção adequada”, afirma John.

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