Quatorze parlamentares tiveram a prisão preventiva decretada, entre eles o prefeito eleito Rogério Lins, que está de férias em Miami

 Tayonara Géa
Foto: Aline Marinho
Foto: Aline Marinho

Na nova fase da Operação Caça-Fantasma em Osasco, realizada nesta terça-feira, 06, a promotoria tinha 14 mandatos de prisão preventiva contra os vereadores da cidade. Desse total de parlamentares, três não foram encontrados: Karen Gaspar (PT do B), Olair Oliveira – o Maluco Beleza (PHS) e o prefeito eleito Rogério Lins (PTN). Já a vereadora Andrea Capriotti (PEN) não foi conduzida à delegacia porque está internada devido a um acidente de carro. Todos esses vereadores são suspeitos de participar de um esquema de contratação de funcionários fantasmas, que teria desviado R$ 21 milhões da Câmara Municipal. Além disso, existe a suspeita que eles captavam parte dos salários dos servidores.

Não é de agora

O Ministério Público do Estado de São Paulo já investiga o Legislativo de Osasco há alguns anos. Em junho de 2015, os policiais buscaram e prenderam materiais em 10 gabinetes e no setor de Recursos Humanos da Casa. Nessa ocasião, quatro agentes públicos realizaram um acordo de delação premiada na Justiça e cerca de R$ 200 mil foram devolvidos aos cofres públicos. O Estado investiga mais de 150 suspeitos.

Danos ao município

O orçamento de 2017 para a cidade de Osasco ainda não foi votado pela Câmara Municipal – o prazo limite é 31 de dezembro. Segundo a assessoria de imprensa da Casa, a votação está marcada para o dia 13 de dezembro, próxima terça-feira. Porém, se os vereadores que tiveram os mandatos de prisão continuarem presos, uma das saídas para que haja quórum e seja realizada a votação do orçamento é convocar os vereadores suplentes. Ou seja, aqueles que ficaram quase quatro anos como suplementes, aos 45 minutos do segundo tempo assumem as cadeiras da Casa de Leis para decidir como será investido o dinheiro público na próxima gestão. Dos dez vereadores que foram presos hoje (Alex de Souza – Alex da Academia (PDT), Andre Sacco (PSDB), Antônio Toniollo (PC do B), Batista de Souza (PT do B), Francisco de Paula (PSDB), Jair Assaf (Pros), João Gois (PT), Josias do Nascimento (PSD), Rogério da Silva (PRB) e Valdomiro Ventura (PTN)), sete foram reeleitos.

Prefeito eleito

Eleito no segundo turno, Rogério Lins é um dos investigados pelo Ministério Público e que tem a prisão preventiva decretada. No entanto, a prisão não ocorreu porque Lins se encontra em viagem ao exterior. A assessoria de imprensa do prefeito eleito informou que ele desconhece qualquer motivo que pudesse justificar a medida externa proferida em seu desfavor, e que jamais compactuou com qualquer prática lesiva ao patrimônio público e à sociedade. O Jornal do Trem & Folha do Ônibus entrou em contato com o juiz eleitoral de Osasco para saber se existe a possibilidade de Lins e os demais vereadores reeleitos e presos não assumirem o cargo no próximo ano, mas não conseguimos obter as respostas.

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