Da Redação
Nos últimos dias, o Brasil tem presenciado manifestações a favor e contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), além de ‘ataques’ ao STF (Supremo Tribunal Federal) e Congresso Nacional. No entanto, parece que o ‘conflito’ entre aqueles que apoiam ou não as decisões do governo ficou apenas nas ruas.
Na última terça-feira, 28, Bolsonaro recebeu, no Palácio da Alvorada, os presidentes do STF, Dias Toffoli, da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM). O encontro marcava a assinatura de um pacto a favor das reformas – previdência, tributária, pacto federativo, segurança pública e desburocratização – que visam destravar a economia e promover o desenvolvimento do país.
Vai durar?
Rodrigo Maia, por várias vezes, já mostrou indignação com as decisões e pronunciamentos do presidente Bolsonaro. Mas agora, parece que ambos começam a se entender e, para que o clima seja de conforto diante de temas tão polêmicos que precisam ser discutidos e aprovados no Congresso, decidiram buscar a união com o STF e o Senado.
Em entrevista a uma emissora de televisão, Bolsonaro comentou sobre essa ‘união’. “Estamos em harmonia com os líderes do poderes, mas acho que falta conversar um pouco mais – e acho que a culpa é minha também – para que coloquemos na mesa o que temos que aprovar e, também, o que é preciso revogar porque tem muita legislação que atrapalha o crescimento do Brasil”, declarou o presidente.
Não agradou
Esse acordo entre os presidentes já gerou indignação em algumas entidades. A Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) divulgou uma nota criticando o envolvimento do STF com os demais poderes.
“Sendo o STF o guardião da Constituição, é possível que alguns temas da Reforma da Previdência tenham sua constitucionalidade submetida ao julgamento perante a Corte máxima do país. Isso revela que não se deve assumir publicamente compromisso com uma reforma de tal porte, resguardando a imparcialidade do Poder Judiciário”, informou a Ajufe.
A Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho) também não vê com bons olhos essa busca de ter o Supremo ‘atrelado’ à aprovação das medidas e, pelo que se ouve nos bastidores políticos, já se prepara para acionar a Justiça contra algumas regras da aposentadoria.