Temer deverá agir rapidamente para que a situação econômica seja melhorada

Tayonara Géa
Foto: Rubens Chaves - Folhapress
Foto: Rubens Chaves – Folhapress

O Brasil está dividido entre aqueles que acreditam ter sido a saída de Dilma Rousseff (PT) o início para a retomada do crescimento no país – proporcionando a recuperação dos empregos e da economia das famílias – e por outro, os brasileiros que não apostam as fichas no governo do presidente Michel Temer (PMDB).

Ocorre que as mudanças sempre trazem um certo descontentamento e o medo do ‘dar errado’. As expectativas para que a vida do brasileiro melhore são gigantescas e aguardadas por todos, porém elas não vão ocorrer com um passe de mágica. Será preciso um empenho do Congresso Nacional e do presidente para que as melhorias ocorram com o decorrer dos meses. Até tudo se estabelecer muita água pode rolar.

 O Congresso em ação

Durante o discurso de defesa no Senado, a ex-presidente Dilma disse que o Congresso não votou as medidas necessárias entre fevereiro e maio de 2015, o que comprometeu o seu governo. Uma situação que não deve ser enfrentada por Michel Temer, segundo o cientista político Leandro Consentino.

“O Congresso já sinalizou em algumas votações que deve ser mais dócil ao novo presidente, mas ainda é cedo para vaticinar como será o dia a dia, principalmente no que diz respeito a medidas polêmicas. Teremos de verificar na prática”, comenta.

 Balde de água fria

A confiança no poder de articulação e na equipe econômica formada por Temer foi um dos aspectos que motivou empresários e investidores no Brasil, mesmo antes do resultado final do impeachment de Dilma.

Mas, um exemplo da incerteza de recuperação da economia com um novo governo pode ser visto na estatística divulgada pelo IBGE (Índice Brasileiro de Geografia e Estatística).

Um índice que assustou os mais entusiasmados no mesmo dia em que Temer assumiu o poder. O PIB (Produto Interno Bruto) teve uma retração de 0,6% no segundo trimestre se comparado aos três primeiros meses do ano, sendo considerada a mais forte entre as já registradas pelas principais economias do mundo no mesmo período.

Para Leandro Consentino, “esse dado do PIB foi um balde de água fria em quem previa uma recuperação rápida, e torna-se bastante preocupante porque o Brasil não teve qualquer desastre natural e convulsões sociais”. Ele ressalta que essa retração “é o resultado do desapreço por uma política fiscal responsável que o Brasil teve desde 2008 e um duro golpe na narrativa de que a crise brasileira é, em verdade, tributária e reflexo da crise internacional”.

 Propostas e emprego

O país hoje contabiliza cerca de 11,8 milhões de desempregados e uma queda no rendimento médio dos trabalhadores por volta dos R$ 1.985. E o que esperar das possíveis reformas de Temer para que a situação trabalhista torne-se favorável aos brasileiros – mesmo com a reforma da Previdência e das possíveis mudanças nas regras da CLT?

Para alguns especialistas, a reforma trabalhista é polêmica porque pode vir a tirar os direitos dos trabalhadores. Mas por outro lado pode dinamizar o mercado de trabalho e gerar mais empregos. Quanto à reforma da Previdência, a revisão da idade mínima é a maior resistência dos grupos sociais e sindicatos, mesmo que muitos reconheçam a necessidade de tal medida.

Na última quarta-feira, 31, Temer pediu empenho dos ministros em formular medidas contra o desemprego. “Há um certo amargor das pessoas em função do desemprego. Ora bem, no instante em que  a nossa política começar a gerar emprego, isso vai tirando esse amargo”, disse o presidente.

 

 

 

 

Categoria:

Leia também